7 a cada 10 jovens fora da escola querem voltar a estudar, mas ainda enfrentam obstáculos
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Pesquisa inédita mostra que as principais motivações para retomar os estudos envolvem ter um emprego melhor ou conseguir um emprego. Dos jovens que não pretendem concluir a educação básica, o trabalho segue como limitador
A Fundação Roberto Marinho e o Itaú Educação e Trabalho, em colaboração técnica com o Instituto Datafolha, divulgaram nesta segunda-feira (11), dados de um estudo inédito que mostra o perfil dos jovens que estão fora da sala de aula.
A pesquisa “Juventudes fora da escola” ouviu mais de 1,6 mil jovens em todo território nacional e concluiu que 73% tem intenção de voltar para a sala de aula. No universo dos 9 milhões de jovens que abandonaram o ensino básico no país, segundo o IBGE, esse percentual equivale a 7 milhões de pessoas, entre 15 e 29 anos.
“A gente focou nos jovens fora da sala de aula. A ideia foi ouvir esse grupo, entender os motivos e saber, a partir deles, quais políticas públicas fazem sentido para apoiá-los no retorno à escola. Estamos falando de uma violação, do direito à educação, que deve ser assegurada para todos, na faixa etária adequada”, diz Ana Inoue, superintendente do Itaú Educação e Trabalho, que apresentou junto com Rosalina Soares, assessora de pesquisa e avaliação da Fundação Roberto Marinho, os dados da pesquisa aos jornalistas.
Motivações para retornar à escola
Outros dados apresentados mostram que as principais motivações para terminar o ensino médio são: ter um emprego melhor (37%) ou arrumar um emprego (15%), além do desejo de cursar uma faculdade (28%).
Entre os jovens que participaram da pesquisa, 27% não pretendem concluir o Ensino Médio. Os motivos são a necessidade de trabalhar (32%), seguida por precisar cuidar da família (17%).
“Fica implícito para esse jovem que é difícil compatibilizar trabalho e estudo. Mas percebemos também na pesquisa que tem um desencantamento pelo trajeto escolar. Eles estão desanimados pelas experiências que já tiveram”, complementa Rosalina Soares.
Do total de jovens fora da escola, 43% não chegaram a concluir o ensino fundamental; 84% trabalham ou já trabalharam e 67% encontram-se ocupados na informalidade (sem carteira assinada ou vínculo empregatício).
Tempo médio longe da escola
Em média, os jovens interromperam os estudos há seis anos, segundo o estudo. E ainda: 68% dos jovens que evadiram da escola informaram já terem reprovado de série ao menos uma vez. “Esta é uma lacuna que precisa ser levada em consideração. Eles ficaram tempo demais longe da escola. A gente precisa pensar em como ele vai retornar. O que pode fazer esse jovem se engajar novamente a concluir essa etapa tão fundamental da vida. Nós temos essa responsabilidade”, acrescentou Ana Inoue.
O levantamento também aponta que a Educação de Jovens e Adultos (EJA) foi uma opção procurada por 35% dos entrevistados para concluir os estudos, enquanto 7% fizeram o Exame Nacional para a Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).
“Na etapa qualitativa, a gente também percebeu que as principais barreiras apontadas para concluir a educação básica foram o horário de aulas incompatível com o de trabalho e a obrigatoriedade de aulas presenciais”, ressalta Rosalina. “A gente está falando de um estudante que trabalha e de um trabalhador que precisa estudar. A gente precisa refletir sobre o cuidado com a família. As questões de gênero impactam neste retorno à escola”.
Caminhos possíveis
O estudo aponta como norte a vontade dos jovens em ter opções para concluir os estudos: conciliar estudo e trabalho, ter um trabalho mais flexível, ter opções de estudarem presencial, on-line, auxílio-financeiro, creche para seus filhos, acolhimento e orientação.
“E quando a gente apresenta esse quadro, é importante dizer que não há um só modelo que funcione. Por ter essa diversidade em necessidades, precisamos também pensar em todos esses modelos, todas essas opções, para atender a esses jovens”, disse a representante do Itaú Educação e Trabalho.
Sobre como a escola e o curso poderiam ser mais atraentes para esses jovens que interromperam os estudos, os entrevistados gostariam que os estudos pudessem ser concluídos em menos tempo (43%); que o curso prepare para entrar em uma faculdade ou passar em concurso público (35%); e que o conteúdo fosse voltado para aprender uma profissão (31%).
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