Notícia: Dia Mundial da Alfabetização: 56,4% das crianças do 2º ano do E.F. não estavam alfabetizadas em 2021

Dia Mundial da Alfabetização: 56,4% das crianças do 2º ano do E.F. não estavam alfabetizadas em 2021

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8 de setembro é o Dia Mundial da Alfabetização. Nas últimas décadas, tivemos avanços no aprendizado nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. No entanto, esta etapa de ensino foi uma das mais impactadas pela pandemia. E os dados são preocupantes.

Como está a alfabetização no Brasil?

Cerca de 4 em cada 10 crianças do 2º ano do ensino fundamental estavam alfabetizadas no país em 2021. É o que mostram os resultados da pesquisa Alfabetiza Brasil, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), instituição ligada ao Ministério da Educação (MEC).

Em comparação a 2019, período anterior à pandemia, tivemos uma queda percentual  no índice de alfabetização infantil: 6 em cada 10 crianças do 2º ano do E. F. eram consideradas alfabetizadas naquele ano.
 

Gráfico de fundo branco com barras coloridas.

O que é um estudante alfabetizado?

De acordo com os parâmetros estabelecidos pelo Inep na pesquisa Alfabetiza Brasil, estudantes alfabetizados são aqueles que:

●     “leem pequenos textos, formados por períodos curtos e localizam informações na superfície textual”

●    “produzem inferências básicas com base na articulação entre texto verbal e não verbal, como em tirinhas e histórias em quadrinhos”

●    “escrevem, ainda, com desvios ortográficos, textos que circulam na vida cotidiana para fins de comunicação simples: convidar, lembrar de algo, por exemplo.”

Felipe Santos, da Assessoria de Pesquisa e Avaliação da Fundação Roberto Marinho, destaca que, para analisar os dados educacionais de 2021, não podemos deixar de considerar o impacto do fechamento das escolas devido à pandemia:

“Para se ter uma ideia, cerca de 37% dos alunos do 2º ano do E. F. previstos para realizar a prova do Saeb 2021 (Sistema de Avaliação da Educação Básica), não compareceram ao exame. Essa ausência tem impacto nos dados divulgados, já que é uma porcentagem significativa.”, ressalta Felipe.

Como estamos em comparação a outros países?

Em 2021, pela primeira vez, o Brasil participou do Estudo Internacional de Progresso em Leitura (PIRLs), que avalia a competência leitora dos estudantes do 4º ano do E. F. ao redor do mundo desde 2001. 

A iniciativa é da Associação Internacional para Avaliação do Desempenho Educacional (IEA), uma cooperativa formada por instituições de pesquisa, órgãos governamentais e especialistas.

Últimas posições em ranking mundial de proficiência em leitura

Dos 65 países ou regiões participantes do estudo, ficamos à frente apenas da Jordânia, do Egito, Irã e África do Sul. 

No ranking geral, o Brasil obteve a média de 419 pontos, atrás de países como Turquia (496), Azerbaijão (440) e Omã (429). Os melhores desempenhos são de Singapura (587), Hong Kong (573), Rússia (567), Inglaterra (558) e Finlândia (549).

Ranking de países abaixo do ponto central (500) da escala PIRLs

Tabela com países e números sobre eles.

A pontuação média do Brasil foi considerada de Nível Baixo. Dentre os estudantes brasileiros avaliados, 38% ficaram abaixo do nível básico. Ou seja, não conseguiam recuperar e reproduzir informações explicitamente declaradas no texto.

No Brasil, 4.941 estudantes do 4º ano do ensino fundamental foram avaliados. Como a prova foi realizada em 2021, assim como o Saeb, ela também reflete algum impacto da pandemia e do fechamento das escolas.

O 4º ano de escolarização foi utilizado na pesquisa pois corresponde ao momento da trajetória escolar em que espera-se do estudante ter consolidado seu aprendizado em leitura. Assim, transitam do “aprender a ler” para “ler para aprender”.

Desigualdade educacional

O Pirls mostrou ainda o preocupante cenário de desigualdade na educação brasileira. A diferença no desempenho médio em compreensão leitora dos estudantes com alto nível socioeconômico e baixo nível socioeconômico no país foi de 156 pontos. Em nível internacional, essa diferença é de 86 pontos.

Imagem de uma estrada de barro, enlameada e com duas crianças no centro. Uma é um menino e está sentado no barro e outra é uma menina de uns 3 anos, negra e em pé

Também há desigualdade racial. Os estudantes brancos e amarelos possuem uma diferença média 58 pontos acima dos estudantes pretos, pardos e indígenas.

As meninas se sobressaem no desempenho em compreensão leitora com uma diferença média de 23 pontos a mais em relação aos meninos.

“Esses dados mostram que determinados avanços educacionais não necessariamente conseguem atingir a todos e todas igualmente. Por isso, falar de equidade é tão importante. Temos que garantir que todas as crianças, independentemente da região em que vivem, do seu nível socioeconômico, da cor de pele ou sexo, tenham seu direito à educação assegurado. Quando isso não acontece, precisamos de políticas públicas efetivas e direcionadas para corrigir essas desigualdades.”, destaca Felipe Santos.

Sobre o Futura

O Futura é uma experiência pioneira de comunicação para transformação social que, desde 1997, opera a partir de um modelo de produção audiovisual educativa, participativa e inclusiva. É uma realização da Fundação Roberto Marinho e resultado da aliança estratégica entre organizações da iniciativa privada unidas pelo compromisso de investir socialmente, líderes em seus segmentos: SESI - DN / SENAI - DN, FIESP / SESI - SP / SENAI - SP, Fundação Bradesco, Itaú Social, Globo e Sebrae.

O Futura está presente nas principais operadoras de TV por assinatura no Brasil:

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  • Sky – 434 HD e 34 
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  • Oi TV – 35 

O canal está disponível também em uma rede de TVs universitárias parceiras com sinal de TV aberta e parabólicas digitais. É possível ainda o acesso gratuito via Globoplay para acompanhar o sinal ao vivo da programação, que conta com um catálogo audiovisual com mais de 185 títulos e 4.500 vídeos.