Notícia: Feliz futuro novo: o ano da Fundação Roberto Marinho em retrospectiva

Feliz futuro novo: o ano da Fundação Roberto Marinho em retrospectiva

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Conheça os projetos do Futura e as iniciativas de educação e trabalho que ajudaram a ampliar a inclusão educacional e produtiva em 2025

Grupo numeroso de pessoas, em sua maioria adultas, posa sorrindo em um auditório. Elas vestem camisetas vermelhas e laranja e erguem certificados nas mãos, celebrando uma formatura ou conclusão de curso. O clima é de alegria e conquista coletiva.
Enfrentamento às desigualdades por meio da educação orientou ações da FRM. Foto: Amanda Nunes.

Em 2025, a Fundação Roberto Marinho viveu um ano de memória, reconhecimento e reafirmação de propósito. Enquanto olhava para a própria trajetória, de quase cinco décadas de atuação, também projetou caminhos para o futuro, fortalecendo seu papel na promoção da inclusão educacional e produtiva. Essa retrospectiva revisita alguns dos momentos que ajudaram a desenhar esse feliz futuro novo: um ano em que memória e inovação caminharam juntas para criar oportunidades e garantir direitos no Brasil.

Esse movimento ganhou forma já no primeiro semestre, com a inauguração de uma exposição na sede da Fundação, no Rio de Janeiro, que resgata iniciativas emblemáticas de sua história. A mostra dialoga com um momento simbólico: o ano do centenário do Jornal O Globo e a aproximação dos 50 anos da FRM, criada em 1977 por Roberto Marinho.

O reconhecimento público desse trabalho também marcou o ano. Pela primeira vez, a Fundação Roberto Marinho recebeu a certificação Great Place to Work (GPTW), selo internacional que destaca organizações comprometidas com um ambiente de trabalho saudável e a valorização das pessoas. A instituição foi ainda homenageada com uma premiação especial no Prêmio Top Educação 2025, organizado pela Revista Educação, que reconheceu sua contribuição consistente para o fortalecimento da educação no país.

A educação voltou a ocupar o centro do debate público com a realização do Festival LED – Luz na Educação. No Rio de Janeiro, o evento reuniu mais de oito mil pessoas em cerca de 150 horas de programação. Em 2025, o Festival ampliou suas fronteiras e chegou também a Belo Horizonte, além de retornar a Belém, consolidando-se como uma das principais agendas nacionais de diálogo, inovação e mobilização em torno da educação.

No campo da produção de conhecimento, a Fundação reforçou seu compromisso com evidências e políticas públicas ao lançar dois estudos de grande impacto sobre a Educação de Jovens e Adultos (EJA). A pesquisa “Educação de Jovens e Adultos: Acesso, Conclusão e Impactos sobre Empregabilidade e Renda” evidenciou como a conclusão da EJA contribui para a formalização no trabalho e o aumento da renda. Já o estudo “Educação de Jovens e Adultos e Violência Urbana na Metrópole do Rio de Janeiro” trouxe um alerta importante ao demonstrar como a violência armada afeta o abandono escolar e reduz a oferta de EJA na região metropolitana fluminense.

O incentivo à ciência também foi um dos destaques. Em parceria com a FAPESP, a Fundação realizou a 4ª edição do Prêmio Ciência Para Todos, reconhecendo práticas científicas desenvolvidas em escolas públicas do Estado de São Paulo. Já o tradicional Prêmio Jovem Cientista, realizado com o CNPq e patrocínio da Shell, chegou à sua 31ª edição, premiando pesquisas de estudantes e pesquisadores de quatro regiões do país e reafirmando o compromisso com a produção científica como motor de desenvolvimento e redução das desigualdades.

Esse conjunto de ações, reconhecimentos e iniciativas dá o tom de 2025: um ano em que a Fundação Roberto Marinho reafirmou sua identidade como uma instituição que transforma realidades pela educação, conectando memória e inovação, conhecimento e ação, inclusão educacional e produtiva em uma agenda pública cada vez mais relevante.

Canal Futura

O Canal Futura fez do ano um grande movimento de encontros, histórias e descobertas, com sotaque brasileiro, olhar atento para o presente e apostas no futuro. No primeiro semestre, o Futura atingiu a marca de um milhão de inscritos no YouTube, consolidando a relevância do canal nas mídias digitais e seu compromisso com a democratização do acesso às suas produções.

Ao longo do ano, levou ao ar, ao vivo, três edições do Festival Negritudes, passando pelo Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, além das transmissões do Festival LED. Inaugurou a Casa Futura, em Belém, cerca de cem dias antes da COP30. O espaço se transformou em um ponto vivo de troca, com minicursos, exibições de filmes, rodas de conversa e atividades que conectaram educação, cultura e clima na Amazônia urbana.

Sala de controle de TV ou estúdio de transmissão. Várias telas mostram diferentes enquadramentos de um evento chamado “negritudes”, com pessoas no palco falando. À frente das telas, técnicos observam e operam equipamentos. O ambiente é escuro, iluminado principalmente pelos monitores.
O Canal Futura transmitiu, ao vivo, a programação do Festival Negritudes. Foto: Fellow Studio.

Belém também foi cenário de uma edição especial do Geração Futura, que reuniu 20 jovens em uma imersão audiovisual. Da experiência nasceram quatro curtas-metragens, que colocaram em primeiro plano o olhar local sobre meio ambiente, educação e mudanças climáticas. A cidade ainda inspirou uma temporada especial da série Caça Joia, dedicada à cena musical paraense, e a pré-estreia do filme Amazônia Urbana – Belém entre dois mundos. Durante o período da conferência do clima, a parceria com o Amazônia Vox ampliou esse movimento, levando para as telas produções feitas diretamente na região amazônica.

Com mais de 80 produções inéditas exibidas ao longo do ano, o Futura reforçou sua vocação para o debate público e a diversidade de narrativas. Títulos como Mutirão Saúde, Assunto na Mesa, Cineclube Futura, A(u)tores e Brasil da Paz chegaram a lares de todo o país, ao mesmo tempo em que a questão climática ganhou ainda mais espaço com as séries Manual de Sobrevivência para o Século XXI e Tem Clima pra Isso. A educação, a tecnologia e a cultura também viajaram pelo mundo na nona temporada de Expresso Futuro, direto da Estônia.

A programação infantil ganhou novas cores e histórias, com estreias e novas temporadas de séries como Queimamufa, Comer, Beber e Aprender, Quintal TV, além das animações Tuiga, Mytikah e Contos do Iéti. Já produções como Desafio nas Escolas, E Aí, Professora?, EJA e Travessias Desiguais aprofundaram conversas sobre os desafios e as potências da educação brasileira.

O ano se encerrou com mais um marco simbólico: a escolha do vencedor da 16ª edição do Doc Futura. Selecionado entre 136 projetos de todas as regiões do país, o documentário Mulheres de 90 foi o grande premiado e chega em 2026 para lançar luz sobre o envelhecimento feminino. Além disso, no dia 16 de dezembro, o Futura recebeu duas premiações da Rede Tal pelo filme Pegadas da Floresta. A produção venceu na principal categoria, Grande Prêmio América Latina: Cultura Migrante, e na categoria Identidades Coletivas.

Entre telas, territórios e vozes diversas, 2025 reafirmou o Canal Futura como um espaço de escuta, criação e brasilidade em constante movimento.

Inclusão Educacional

A superintendência de Inclusão Educacional e a equipe da Escola da Fundação Roberto Marinho seguiram escrevendo histórias de recomeço, daquelas que transformam trajetórias e devolvem direitos. Ao longo do ano, a educação mostrou, mais uma vez, sua força como caminho possível para jovens, adultos e idosos que tiveram seus estudos interrompidos e decidiram retomar a aprendizagem.

Um dos momentos mais simbólicos foi o encerramento de mais um ciclo da Escola da Fundação Roberto Marinho. A formatura reuniu emoção, orgulho e esperança: mais de 140 estudantes concluíram o ensino fundamental ou médio, celebrando a conquista de um direito que parecia distante. O futuro já está em movimento, e em 2026, novas turmas terão início na Maré, em Del Castilho e em São Gonçalo, ampliando o alcance dessa oportunidade.

Auditório grande e iluminado, com muitas pessoas sentadas em fileiras de cadeiras. No palco, uma pessoa fala ao microfone. Um telão ao fundo exibe o texto “Formatura 2025”, com iluminação em tons de rosa e laranja. O ambiente é de cerimônia e celebração.
Escola da Fundação Roberto Marinho formou mais de 140 alunos. Foto: Amanda Nunes.

A inclusão educacional também ganhou escala por meio do SEJA, curso gratuito e digital que prepara jovens e adultos para o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). Em parceria com o Instituto Equatorial, a iniciativa alcançou mais de 30 mil inscrições em todo o país, mostrando que a tecnologia pode ser uma aliada poderosa na garantia do acesso à certificação do ensino fundamental e médio, especialmente para quem precisa de flexibilidade para estudar.

O fortalecimento do trabalho docente foi impulsionado pela co.educa, midiateca que reúne e distribui materiais e soluções educacionais da Fundação Roberto Marinho e de parceiros, apoiando professores no planejamento pedagógico. Em 2025, a plataforma esteve presente no Conedu, promovendo espaços de formação e troca entre professores, estudantes e pesquisadores a partir de iniciativas como A Cor da Cultura, Crescer Sem Violência e Maleta Conviver.

Outro destaque do ano foi o início de uma nova fase do Chegando Junto, programa do Telecurso realizado em parceria com a Prefeitura de Salvador. Voltado à aceleração da aprendizagem e à regularização do fluxo escolar, o projeto investe na formação e no acompanhamento de professores e profissionais da educação, fortalecendo escolas e redes para que mais estudantes sigam aprendendo, no tempo certo e com qualidade.

Inclusão Produtiva

Entre encontros, parcerias e novas oportunidades, o Aprendiz Legal e a co.liga mostraram, em 2025, que combater desigualdades passa por abrir caminhos concretos para que jovens possam aprender, trabalhar e projetar futuros possíveis.

Com 20 anos de história, o Aprendiz Legal seguiu como uma das principais engrenagens dessa transformação. Ao longo do ano, o programa reafirmou seu papel ao conectar educação e trabalho, garantindo que milhares de jovens tivessem acesso à aprendizagem profissional como porta de entrada para o mundo do trabalho protegido, com direitos, formação e perspectiva de futuro.

Esse compromisso ganhou ainda mais força com o avanço da Coalizão Aprendiz Legal, articulação liderada pela Fundação Roberto Marinho e apoiada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, pela Secretaria Nacional da Juventude, pelo Unicef e pela OIT. Em apenas um ano, a Coalizão chegou a 95 organizações, ampliando a voz coletiva em defesa da política pública de aprendizagem profissional.

O ano também trouxe boas surpresas, como alianças estratégicas e presença em novas agendas nacionais. A renovação da parceria com o CIEE Rio resultou no lançamento de um novo curso de aprendizagem para frentistas e a participação nas comemorações pelos 25 anos da Lei da Aprendizagem, em Brasília, reforçou o reconhecimento do programa como instrumento essencial de inclusão produtiva. Em cada passo, o Aprendiz Legal mostrou que garantir oportunidades para as juventudes é também investir em um país menos desigual.

Já a co.liga, escola digital e gratuita de economia criativa, cultura e tecnologia, viveu em 2025 um ano de consolidação e expansão. Ao completar quatro anos de atuação, a escola — realizada pela Fundação Roberto Marinho em parceria com a OEI e com o Instituto Motiva como mantenedor — fortaleceu seu papel como espaço vivo de formação e experimentação profissional. Entre janeiro e novembro, mais de 26 mil novas inscrições levaram a plataforma a alcançar cerca de 99 mil estudantes, enquanto a Rede co.ligada cresceu e passou a reunir quase 140 organizações parceiras espalhadas pelo país.

A co.liga ampliou seus territórios de atuação com novos laboratórios abertos, lançou seis editais próprios para experimentação profissional e diversificou sua oferta formativa com, por exemplo, uma inédita trajetória de moda, composta por sete cursos. Jovens de diferentes estados puderam experimentar o trabalho na prática, participar de projetos criativos e atuar em grandes eventos, como o MICBR e a COP30, conectando formação, renda e vivência profissional. O ano trouxe ainda um avanço institucional decisivo: a parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego, que passou a divulgar a co.liga na Carteira de Trabalho Digital e a assinar os certificados dos cursos, ampliando o alcance e o reconhecimento das formações.

Grupo de jovens e adultos posando para foto em um espaço interno decorado com ilustrações coloridas. A maioria veste camisetas verdes com a inscrição “co.liga na COP30” e usa crachás. Todos estão próximos, sorrindo, em clima de equipe e orgulho coletivo.
Jovens da co.liga trabalharam com durante a COP 30 em Belém. Foto: Gabriel Goudet.

Em dezembro, o co.liga Fest, realizado em Fortaleza, reuniu mais de 40 organizações da rede para planejar coletivamente 2026, fechando o ano com troca, escuta e construção conjunta. Aprendiz Legal e co.liga seguiram abrindo portas, encurtando distâncias e mostrando que investir nas juventudes é uma das formas mais potentes de desenhar futuros possíveis.

Em 2026, um feliz futuro novo segue se desenhando para mais jovens, trabalhadores, instituições e comunidades. Um futuro no qual a educação continue sendo o caminho para ampliar direitos, criar oportunidades e renovar esperanças, onde aprender, trabalhar e sonhar caminhem juntos na construção de um país mais justo e inclusivo.