Escola co.liga completa um ano com mais de quatro mil alunos certificados e 20 mil matriculados dentro e fora do Brasil
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Escola digital de economia criativa com diversos cursos gratuitos online e oportunidades de trabalho — uma parceria da Organização de Estados Ibero-americanos no Brasil (OEI) com a Fundação Roberto Marinho — se firma como canal de formação profissional e inclusão produtiva para as juventudes
A co.liga, escola virtual de economia criativa com diversos cursos gratuitos online e oportunidades de trabalho, tem muitos motivos para comemorar este seu primeiro aniversário. A escola reúne mais de 20 mil alunos matriculados, já tendo emitido mais de 4 mil certificados. Atualmente, são 38 cursos nas categorias de Artes Visuais, Design, Multimídia, Música, Patrimônio Cultural e Temas Transversais que dialogam com outros segmentos da Economia Criativa.
Ela está presente em 26 Estados, no Distrito Federal, em sete países (Espanha, Portugal, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Angola, Moçambique e EUA) e conta com 12 laboratórios distribuídos pelo Brasil, em parceria com organizações locais. A iniciativa é resultado de uma parceria da Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI) com a Fundação Roberto Marinho e já se consolidou como um canal de formação profissional e inclusão produtiva para juventudes, especialmente das classes C, D e E.
“Os resultados que a co.liga apresenta depois de um ano são surpreendentes e confirmam que estávamos no caminho certo quando desenvolvemos mais uma ação que beneficia parte dos 50 milhões de jovens do Brasil que buscam se inserir no mundo do trabalho. A economia criativa, que entre 2005 e 2015 cresceu 70% no País, representa 2,6% do PIB brasileiro, o que acreditamos ter potencial para crescer ainda mais nos próximos anos – contribuindo para a inclusão produtiva”, comemorou Raphael Callou, diretor da OEI no Brasil.
O secretário geral da Fundação Roberto Marinho, João Alegria, também celebra este primeiro ano: “Confirmamos que, a partir dos conhecimentos adquiridos na co.liga, os jovens se mostram mais seguros para melhorar sua performance profissional, pleitear novas atividades e participar de editais”, revela João. Ele reforça ainda que a co.liga já assinou parcerias com os seguintes Estados: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins e, internacionalmente, com Cabo Verde.
A atuação da co.liga não se resume à oferta de cursos. A partir da qualificação oferecida, a plataforma reúne oportunidades de trabalho, editais, concursos e formação complementar, revelando-se um caminho para quem busca se estabelecer no mercado. É também um espaço de convivência e compartilhamento entre as juventudes e possibilita o desenvolvimento de novas habilidades e competências. Em uma pesquisa recente feita com egressos da escola, 96% dos jovens afirmam que os conteúdos da co.liga podem ser aplicados no dia a dia de quem trabalha com cultura.
Juventude em prol da juventude
O músico, MPbista do funk, produtor cultural e poeta Luck Vas, de 25 anos, morador de São Miguel Paulista, zona leste de SP, tornou-se agente mobilizador da co.liga e reconhece o potencial transformador da iniciativa: “Meu papel é atrair pra co.liga os jovens dos espaços culturais e a receptividade deles é maravilhosa. Na área de produção musical no funk, por exemplo, há uma demanda de mercado enorme: quem faz os cursos da co.liga, arruma trabalho”, diz ele.
Luck conta que, durante a Semana da Juventude, em agosto, apresentou a co.liga a um menino de 16 anos, que se disse interessado em fotografia, mas sem saber por onde começar. “Ele não acreditou que era grátis. Ficou super agradecido, se inscreveu e acredito que esse tenha sido um novo começo em sua vida”, conta o produtor. Luck tem ensino médio completo e pensa em fazer faculdade de produção cultural ou gestão pública. “Ainda estou avaliando se esse caminho será necessário, na minha área”, diz ele.
Jovens buscam formação nas áreas de design, fotografia e cinema
Entre os cerca de 4 mil alunos já certificados na co.liga, a maioria (63%) tem de 18 a 29 anos. Desses, 62% dos matriculados e 57% dos certificados, se declaram pretos e pardos em contraponto a 35% de matriculados e 39% de certificados autodeclarados brancos. As mulheres são maioria entre os concluintes, com 55% de participação, seguidas dos homens (42%), pessoas não binárias (2%) e outras (1%).
Ao longo desse primeiro ano, as áreas de design e fotografia foram as mais procuradas. Os três primeiros cursos do ranking são: “Design Gráfico e comunicação: o mundo traduzido visualmente”, “Diga lá, fotografia: conceitos da linguagem visual” e “Design editorial: o mundo das publicações”. Já entre os alunos certificados, a área de cinema foi a que formou mais gente: “Diga lá, fotografia: conceitos da linguagem visual”, “Cinema de Gambiarra” e “Mais que cinema: ampliando o seu olhar sobre audiovisual” foram os cursos de maior sucesso entre os jovens.
Mais de 60 parcerias no Brasil todo
Para chegar em todo o país, foi criada a Rede co.ligada, que hoje possui mais de 60 parceiros espalhados pelo Brasil. Organizações sociais, lideranças comunitárias, poder público, coletivos criativos e empresas com responsabilidade social fazem parte dessa rede, onde a co.liga se soma às atividades originais de cada parceiro e, juntos, conseguem amplificar sua atuação e resultados.
Entre os parceiros, o Politize! apresentou a co.liga para Sabrina Souza, estudante de engenharia civil de 23 anos na UFC (Ceará) e moradora do bairro Pici, em Fortaleza. A capital cearense é detentora do título da UNESCO de cidade do design, para o desenvolvimento sustentável a partir das áreas criativas. E, para melhorar seu desempenho dentro da engenharia, Sabrina resolveu apostar na economia criativa, termo que ela só foi conhecer por meio da escola digital.
“Fiz 3 cursos na co.liga e hoje faço parte da turma de jovens agentes mobilizadores. Somos cinco em Fortaleza e hoje, com o que aprendi, posso usar a educação como forma de incentivar os jovens a criar e melhorar o seu próprio negócio. Não imaginava que poderia fazer da economia criativa o caminho para a profissão na engenharia civil tratando de cidades e comunidades sustentáveis”, conta ela.
Em Recife, Tassiana Carvalho, gerente de conteúdo e metodologias da Verda, parceira da co.liga, fez parte da jornada formativa de agentes mobilizadores, apresentando a escola a jovens de pré-vestibulares. “A co.liga é um agente de transformação. Trabalhamos dentro de comunidades e mostramos o quanto os cursos estão alinhados às realidades e linguagem desses jovens. A demanda é real e eles sempre veem a formação via co.liga como algo que realmente vai agregar e promover um futuro melhor para eles”, reforça a jovem de 30 anos, que hoje estuda Gestão Comercial.
"A co.liga é uma escola de abrangência nacional, em que as relações e parcerias são fundamentais para que ela exista e colabore na inclusão e permanência das juventudes brasileiras na economia criativa. Convidamos organizações sociais, lideranças comunitárias, órgãos públicos e instituições da iniciativa privada para ampliarem o alcance dessa iniciativa, potencializarem sua atuação nos territórios e fazerem parte dessa rede”, ressalta Fabiana Cecy, coordenadora da co.liga na Fundação Roberto Marinho.
Profissionais engajados na oferta de conhecimento à juventude periférica
O ator Júlio Silvério, de 37 anos, co.ligado e morador da periferia de São Paulo, é hoje um engajado agente mobilizador e embaixador da escola. “Participei da Semana da Juventude, em agosto desse ano, e percebo o quanto é primordial para os jovens que eles tenham acesso a oportunidades que abram seu campo de ação”, diz o ator, que complementa: “Na área de audiovisual há toda uma demanda por profissionais que atuam nos bastidores, na produção dos filmes”, diz Júlio.
Outro entusiasta é o músico e apresentador de TV, Chinaina. Com 43 anos e 20 de profissão, criou três cursos pra co.liga ("Produção musical: o técnico do time", "Música eletrônica: do sample ao beat" e "Estúdio em casa - Produzindo música sem sair do quarto" e a receptividade dos alunos foi surpreendente: “Eles me mandam fotos, mostrando que estão usando, fazendo as coisas que ensino nos cursos. Coisas que tornam a produção barata, acessível, compreensível e viável para quem quer começar na profissão.”
Chinaina ainda destaca o valor da co.liga em meio a tantas desigualdades: “A co.liga é de uma importância gigantesca para o Brasil. A linguagem é direta e os jovens identificam que o conteúdo é feito especialmente para eles. Mostramos o caminho das pedras, com incentivo e permitindo até que, com um aplicativo no celular, a profissão de produtor musical pode começar ali mesmo”, reforça.