Quase 36% dos jovens brasileiros não trabalham e não estudam
Compartilhar
A co.Liga, iniciativa da Fundação Roberto Marinho, que completa 1 ano em dezembro, veio para transformar essa realidade
Muitos sonhos, poucas oportunidades e imensos desafios. A inserção dos jovens no mercado de trabalho no Brasil é um problema que atravessa gerações e ganhou ainda mais agravantes após a pandemia.
Sem experiência e com pouca formação, cerca de 35,9% dos jovens entre 18 a 24 anos não trabalham nem estudam no Brasil.
Somos o segundo país na esfera da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com a maior proporção de jovens nesta faixa etária que não conseguem nem emprego e nem continuar os estudos, perdendo apenas para a África do Sul. Os dados são do relatório Education at a Glance (Olhar sobre a Educação, em tradução livre), divulgado em outubro de 2022.
O relatório também afirma que a crise da COVID-19 atingiu particularmente os jovens. Menos experientes e, como os últimos a entrar, costumam ser os primeiros a serem desligados das suas ocupações.
O estudo, que buscou avaliar as ocupações dos jovens de 18 a 24 anos, período considerado transição para o mercado de trabalho, foi feito em 45 nações, incluindo Argentina, China, Índia, Indonésia, Arábia Saudita e África do Sul.
A baixa qualidade do trabalho dos jovens, associada a um sistema educacional defasado e incapaz de atender às suas necessidades, ajuda a explicar a crescente proporção daqueles que não trabalham e não estudam. Entre 2012 e 2020, esse percentual aumentou de 21,2% para 29,3% na faixa de 15 a 29 anos, segundo dados coletados pela Plataforma Juventude Educação Trabalho, iniciativa da Fundação Roberto Marinho.
Oportunidade pra quem?
Apesar de parecer um grupo homogêneo, a realidade da população entre 18 a 24 anos é bastante distinta no Brasil. As oportunidades de conciliar trabalho e estudo e de acessar empregos de melhor qualidade não estão igualmente disponíveis para meninos e meninas, brancos e negros e jovens de famílias de renda baixa ou alta. A maior parte dos jovens com baixa escolaridade são mulheres pobres e negras.
Viviana Santiago, consultora em diversidade, inclusão e sustentabilidade, lista dois fatores que fazem as meninas negras não estudarem e não trabalharem:
“Dois aspectos são responsáveis pela retirada de meninas na escola: o casamento infantil e a gravidez. Essas meninas, em sua maioria negras, são impactadas pela falta de equipamentos sociais de cuidados com as crianças e de uma escola que esteja preparada para lidar com jovens em situação de maternidade. Tudo isso faz com as meninas não consigam voltar para escola, não consigam alguém para cuidar dos seus filhos ou suas filhas e possam trabalhar.“, afirma Viviana.
Co.Liga: por um mercado de trabalho mais inclusivo
Com tantos desafios, iniciativas que promovam a qualificação e o início adequado da carreira dos jovens, como os programas inseridos na Lei da Aprendizagem, são fundamentais para oferecer melhores portas de entradas no mundo do trabalho.
Além do Programa Aprendiz Legal, a Fundação Roberto Marinho lançou, em dezembro de 2021, mais uma iniciativa para promover a inclusão das juventudes no mundo do trabalho: a co.Liga. O projeto é uma parceria da FRM com a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI).
Co.Liga é uma escola de economia criativa e um espaço de fortalecimento de redes, com o objetivo de conectar juventudes, profissionais e empresas.
Organizada nos eixos de educação, trabalho e comunidade, a co.liga oferece conteúdo educacional gratuito desenvolvido por profissionais do mercado, mentores para apoiar a formação dos estudantes, além de oportunidades de trabalho oferecidas por empresas e uma comunidade co.ligada para trocar ideias.
Acesse agora o site oficial para descobrir as oportunidades de trabalhos, editais, concursos e formação complementar.