Instituto BEI premia as melhores práticas pedagógicas de Educação Financeira
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Com o apoio da Fundação Roberto Marinho, 1ª edição do Prêmio BEI de Educação Financeira para Escolas Públicas destaca o trabalho de 10 professores selecionados em mais de 80 projetos inscritos
Educadores, organizações da sociedade civil e especialistas em economia reverenciaram professores na cerimônia de premiação da primeira edição do Prêmio BEI de Educação Financeira para Escolas Públicas, na sede da B3, em São Paulo. Promovido pelo Instituto BEI, o prêmio visa destacar o trabalho de educadores que promovem as melhores práticas pedagógicas de Educação Financeira no ensino público.
Dos 83 trabalhos inscritos por professores de 17 estados, um comitê de especialistas selecionou as 10 metodologias mais eficazes. Os cinco melhores projetos receberam premiação de R$ 9 mil e o primeiro colocado ganhou ainda um bônus de R$ 5 mil.
A prática pedagógica vencedora foi aplicada em uma escola pública do município gaúcho de Sapiranga, localizado a 60 km de Porto Alegre. A ação denominada “Endividados” foi liderada pela professora de geografia Vanderlize San Martins Lima.
O projeto levou educação financeira para dentro da casa dos estudantes, que investigaram o motivo do endividamento de suas próprias famílias por meio de gráficos sobre consumo, valores de cestas básicas e demais custos do cotidiano.
Segundo Vanderlize, a ideia surgiu a partir da leitura de uma notícia de jornal, que alertava que grande parte das famílias brasileiras estava endividada. “Estou muito grata. Não imaginava chegar tão longe com um projeto que nasceu dentro da sala de aula”, afirmou a educadora.
Das práticas selecionadas, o professor de química Dhion Meyg da Silva Fernandes, de Quixeramobim, no Ceará, também foi um dos premiados, entre os cinco primeiros colocados. Com a proposta “Construindo a Educação Financeira”, levou aos alunos do sertão cearense a ideia de analisar o orçamento e as dívidas das famílias. “O projeto foi muito bem aceito, pois não só modificou a vida dos alunos como dos próprios familiares”, disse.
Para a diretora-executiva do Instituto BEI, Sandra Battistela, o prêmio visa conscientizar os professores de que é possível levar a Educação Financeira para a sala de aula, sem receios. “Educar financeiramente o jovem é urgente e indispensável para favorecer sua formação como cidadão e prepará-lo para os desafios da vida adulta. Educação Financeira é transformação social”, enfatizou.
Já a gerente de Desenvolvimento Institucional da Fundação Roberto Marinho, Tânia Pimenta, destaca que o Prêmio BEI de Educação Financeira para Escolas Públicas tem tudo a ver com as ações da Fundação e do Canal Futura: “Sempre apoiamos inciativas concebidas para as escolas públicas e o Prêmio tem muito a contribuir em um cenário de muitos desafios na economia do nosso país”, conclui.
País endividado
De acordo com a Confederação Nacional do Comércio, o Brasil é um país com 79% das famílias endividadas e 30% inadimplentes. Além disso, apenas 40% da população adulta domina conceitos financeiros elementares, de acordo com a pesquisa realizada em 2016 pela Standard & Poor's em Parceria com o Banco Mundial.
Por conta dessas dificuldades, em 2019, a Base Nacional Comum Curricular, que regulamenta os conteúdos a serem trabalhados nas escolas brasileiras, incluiu a Educação Financeira entre os temas que deverão constar nos currículos de todo o país.
O Prêmio Bei contou com o apoio da Fundação Roberto Marinho, além de instituições financeiras e empresas.