Notícia: Fundação Roberto Marinho participa de Seminário Internacional de Educação de Jovens e Adultos

Fundação Roberto Marinho participa de Seminário Internacional de Educação de Jovens e Adultos

Evento promovido pelo SESI discutiu metodologias para a EJA e sua articulação com o mundo do trabalho

Auditório escuro e cheio de pessoas sentadas, assistindo a uma apresentação no palco iluminado. À frente, cinco pessoas participam de um painel no “Seminário Internacional SESI de Educação de Jovens e Adultos”. Um grande telão exibe o tema “Educação para a inclusão no trabalho: formação de pessoas jovens e adultas com deficiência”. À direita, uma intérprete de Libras aparece em tela vertical. O ambiente tem iluminação decorativa nas cores verde, roxa e laranja, criando uma atmosfera moderna. No palco, letra
Seminário Internacional de Educação de Jovens e Adultos reuniu especialista em dois dias de debates. Foto: José Somensi/SESI Nacional

A Fundação Roberto Marinho participou, nos dias 3 e 4 de junho, do Seminário Internacional de Educação de Jovens e Adultos (EJA), realizado pelo Serviço Social da Indústria (SESI) na sede da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), em Florianópolis. O encontro reuniu especialistas e representantes de diversos setores para debater os desafios e as potencialidades da EJA, com foco na permanência dos estudantes nas escolas, na valorização de saberes prévios e na inclusão de jovens, adultos e idosos no processo educacional. 

Dados recentes do Censo Escolar, divulgados em 2025, apontam para um cenário preocupante: o número de matrículas na EJA tem diminuído progressivamente. Em 2024, foram registrados 2,4 milhões de alunos, uma queda de 600 mil em comparação a 2020. Ao mesmo tempo, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad/C), do Inep, revela que cerca de 68 milhões de brasileiros com mais de 18 anos estão fora da escola e não concluíram a educação básica.  

Menos matrículas, mais desigualdades: os desafios da EJA no Brasil 

Durante a abertura do evento, o diretor superintendente do SESI Nacional, Paulo Mol, destacou a trajetória de uma década da Nova EJA, modelo implementado pela instituição. “As bases da Nova EJA incluem o reconhecimento de saberes, que valida as experiências de vida e profissionais do estudante. Isso torna o programa mais atrativo, refletido na elevada taxa de aprovação”, destacou.  

Representando a Fundação Roberto Marinho, o secretário-geral João Alegria participou da cerimônia inaugural. Ele relembrou que a atuação da instituição na EJA teve início em 1978, com o inovador modelo do Telecurso — aulas transmitidas pela televisão e acompanhadas de materiais didáticos vendidos em bancas de jornal. O programa se tornou referência nacional na educação de jovens e adultos, além de sua aplicação no enfrentamento da distorção idade-ano e da defasagem na aprendizagem. “Seguimos acreditando que a EJA é subestimada no Brasil. Ela representa uma potente ferramenta de transformação, mobilidade social e desenvolvimento das pessoas, de suas comunidades e do país”, afirmou.

Homem branco de cabelos curtos e barba grisalha, usando óculos redondos, camisa rosa clara e jaqueta preta, fala ao microfone em um púlpito transparente. Ele usa crachá com as logos da FIESC e do SESI. Ao fundo, em tela ampliada, aparece o logo do SESI com fundo claro e elementos gráficos coloridos.
O secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, João Alegria, participou da cerimônia de abertura. Foto: José Somensi/SESI Nacional

A programação do seminário contou com especialistas do Brasil, África do Sul, Europa e América Latina, além de representantes da indústria, da sociedade civil e de organismos internacionais, como a UNESCO. A educadora Adriana Trindade, do Núcleo de Inclusão Educacional da Fundação Roberto Marinho, apresentou a atuação da instituição na área, com ênfase na metodologia utilizada.   

Ela integrou o painel “Formação de professores para a EJA”, ao lado da gerente do Centro SESI de Formação em Educação, Kátia Marangon, da diretora de políticas de alfabetização e educação de jovens e adultos da SECADI/MEC, Ana Lucia Sanches e da especialista em formação continuada de profissionais da educação do SESI Nacional, Thaís de Luca.  

Trindade compartilhou experiências sobre a formação docente dentro do programa Telecurso, a partir da metodologia Incluir para Transformar, que tem como premissa o acolhimento e a valorização dos saberes prévios dos estudantes. “A metodologia se pauta na construção coletiva do conhecimento, entendendo o estudante como protagonista, independentemente da idade, seja o estudante da correção de fluxo ou da EJA. A nossa metodologia parte desses saberes prévios para poder construir conhecimento junto com o estudante, sempre com a presença do professor como um mediador da aprendizagem”, destacou Adriana Trindade após o evento.  

Segundo a educadora, a formação é estruturada para que os docentes possam vivenciar, além de conhecer, as dinâmicas e materiais aplicados com os alunos. “A formação coloca o professor como sujeito ativo do próprio aprendizado. Ele estuda, reflete sobre sua prática, troca experiências com seus pares e vivencia as atividades como aluno. Quando falamos do uso de mídias e da leitura crítica, esse professor não apenas ouve a proposta — ele a vive”, afirmou.

Mulher em pé, de cabelos grisalhos e curtos, fala ao microfone durante uma apresentação no palco. Ela veste calça xadrez, blusa preta e crachá no pescoço. Atrás dela, uma tela exibe uma linha do tempo com marcos históricos da educação no Brasil, incluindo os anos 1978, 1981, 1995 e 1999, com destaque para iniciativas como o Telecurso 2º Grau, Telecurso 1º Grau e Telecurso 2000. Uma outra mulher está sentada ao fundo, observando a fala. O ambiente é iluminado e profissional, evidenciando um contexto de semin
Adriana Trindade participa de painel sobre formação de professores. Foto: José Somensi/SESI Nacional

Trabalhar pela inclusão educacional de jovens, adultos e idosos que não puderam concluir seus estudos durante a infância e adolescência é um compromisso da Fundação Roberto Marinho. Adriana ressaltou a importância de espaços como o seminário para a conexão e troca entre instituições: “É muito importante estarmos juntos, conhecendo as estratégias que o SESI e outras organizações têm desenvolvido para atender à EJA. Essa modalidade precisa de diferentes formatos e metodologias para ampliar o acesso e garantir a permanência dessa população que não concluiu sua educação básica e enfrenta diversos desafios sociais”.  

Veja mais sobre o Seminário Internacional de EJA  

O papel da EJA para a mobilidade social e a necessidade de uma metologia de acolhimento foram temas centrais no debate. No primeiro dia, os painéis abordaram as possíveis conexões da modalidade com a educação profissional e com o mundo do trabalho. Também foram apresentadas experiências educacionais exitosas em comunidades ribeirinhas e no sistema prisional. No segundo dia, os temas incluíram a cultura de educação ao longo da vida, o reconhecimento de saberes não formais e informais, práticas pedagógicas e a formação de professores. Você pode assistir na íntegra os painéis realizados no Seminário Internacional de Educação de Jovens e Adultos.  

Confira os debates realizados no 1º dia de evento: EJA: Currículo da Vida e Transformação social | As potencialidades da EJA na atualidade | Educação para o Mundo do Trabalho: Elevação de escolaridade, qualificação profissional, produtividade e competitividade | Experiências Educacionais Exitosas: EJA nas comunidades ribeirinhas e sistema prisional. Assista aqui.   

Confira os debates realizados no 2º dia de evento: Educação ao longo da vida | Reconhecimento de Saberes não formais e informais | Formação de professores para a EJA, com participação da Fundação Roberto Marinho | Educar para competências: o desafio para o professor competente. Assista aqui.

Ajude o Futura a evoluir

O que você achou desse conteúdo?